O presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, desembargador Claudio Santos, afirma que a defesa que fez pela privatização da UERN (veja aqui), é apenas sua opinião pessoal, "uma ideia".
"Eu fui convidado a dar uma opinião sobre isso. Não mereço ser crucificado por conta dessa posição ideológica", defende.
A explicação foi feita por telefone, ao Blog, na tarde de hoje.
Claudio Santos diz que sua opinião é ser favorável à privatização da Universidade do Estado do RN para redução de despesas. Ele defende o pagamento de uma bolsa de estudos a todos os estudantes pobres, não só na UERN, mas em todas as universidades públicas. "Tem que avaliar que os estudantes que podem pagar são financiados por toda a população na instituição pública".
A privatização, segundo o desembargador, traria uma redução de custos de R$ 317 milhões ao Governo, baseado no orçamento da UERN em 2016. Para ele, a redução seria do custeio e também da folha de pessoal, já que o remanejamento do pessoal da UERN transferiria essa parte da folha para o orçamento de outros orgãos do RN.
Apesar de afirmar ter sido chamado a dar opinião, o presidente do TJ não acredita que seu posicionamento possa influenciar qualquer decisão do governador Robinson, até porque "ele já se declarou contra, que arranje dinheiro para manter".
Claudio Santos e Robinson Faria
O presidente do TJRN expõe que uma grande parte da equipe do governador Robinson Faria concorda com ele quanto à privatização. "Não posso dizer se é 70, 80 ou 90%, mas uma grande parte. E não é só a UERN, também a CAERN, Potigás e outros bens imóveis do estado, que já estão com projeto na Assembleia [Legislativa]".
Ele garante que o trabalho com a equipe do governador Robinson Faria para a definição do utilização do dinheiro a ser emprestado pelo TJRN ao Governo do Estado ainda não começou (veja aqui).
"Ainda vamos propor ao plenário um anteprojeto de lei, para que a gente possa aprovar e levar à Assembleia, priorizando áreas como saúde, inclusive com a reabertura do Hospital da Mulher, e um pouco a segurança", explica.
Nega, entretanto, qualquer indício de que seria o candidato Plano B de Robinson ao Governo do Estado para 2018.
"Eu não penso absolutamente em ser candidato a nada, não tenho pretensão político-eleitoral. Eu vou ficar aqui no TJ mesmo", assegura.
O desembargador Claudio Santos finaliza com bom humor, e afirma: "Mossoró é a terra da liberdade, posso dar a minha opinião pessoal".
A visita de Claudio Santos em Mossoró acontece nesta terça-feira. Entre outras atividades, o desembargador participará do programa Cenário Político, da TCM, às 18h40.