O primeiro cruzamento de informações sobre as receitas e despesas da campanha 2016, coletado pelo TSE, em todo o Brasil, identificou 38.985 doadores com indícios de irregularidades – em uma base de 114.526 (34%).
Nas despesas de campanhas, 1.426 de 60.952 fornecedores apresentaram algum indício de irregularidade (2%).
Como exemplo, foram encontrados desde cidadãos mortos que contribuíram a empresas fornecendo serviços, ou produtos, sem funcionários regularmente registrados.
Segundo o relatório, existem 35 casos de pessoas que já faleceram, mas que se encontram na lista de doadores. Há ainda pessoas que recebem assistência social, como o Bolsa Família, e ainda assim fazem doação.
Os dados da prestação de contas referentes às eleições municipais deste ano foram recebidos pelo ministro Gilmar Mendes, do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Aroldo Cedraz.
Parceria
Foto: TSE |
A ação é inédita e fruto de parceria firmada entre o TSE e o TCU, que permitirá que as informações enviadas por candidatos e partidos políticos sobre arrecadação e despesas de campanha sejam cruzadas com registros de outros bancos de dados.
O objetivo é encontrar possíveis indícios de irregularidade nas receitas e despesas de campanha das Eleições Municipais de 2016.
Eron Pessoa, assessor-chefe de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias (Asepa) do TSE, explicou que na lei estão previstos dois relatórios de campanha: uma prestação parcial no dia 15 de setembro e a prestação de contas final, 30 dias após a eleição.
Pessoa ressaltou ainda que os indícios de irregularidades foram detectados em um universo muito baixo de prestações de contas – 120mil prestações de contas entregues à Justiça Eleitoral até 1º de setembro. “Ou seja, até o final da campanha, estes números podem aumentar significativamente”.
*Com informações da assessoria de imprensa.