(Imagem: Reprodução) |
O ex-chefe de gabinete da Prefeitura de Mossoró, e filho da prefeita Rosalba, Kadu Ciarlini, utilizou suas redes sociais para fazer um misto de explicação e desabafo sobre a folha de pagamento de pessoal e as divulgações da imprensa em torno dos cargos comissionados da Prefeitura.
Em seu texto, Kadu questiona porque uma parte da mídia mossoroense não mostra a "postura digna da administração" em gerir a folha de pessoal como o vem fazendo e outros pontos, como a redução de 30% do número de comissionados em relação à gestão passada - apesar do numero, "cerca de 500", estar acima da quantidade decretada pela atual prefeita no início do ano.
Kadu, aliás, utiliza boa parte da mensagem para criticar as críticas que vem recebendo dos ex-secretários e apoiadores do ex-prefeito Francisco José Junior.
Veja o texto na íntegra:
Cadê o outro lado da informação?
Em Mossoró, foi alardeado em alto e bom som por parte da mídia (especialmente rádios) a notícia de que o município estaria com 60% dos gastos com folha de pessoal, que isto ultrapassaria o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal e que por essa razão havia ensejado uma recomendação por parte do MP recomendando a redução de gastos com pessoal.
Num primeiro momento possível, em entrevista ao RN TV, o Consultor Geral do Município explicou e apontou que esse valor de 60% foi atingido porque nos gastos desse ano com pessoal, em dia diga-se de passagem, foi contabilizado também o gasto com os salários atrasados da gestão passada (mais de R$ 30 milhões) e que a nova administração já alcançou a grande maioria desses servidores que tiveram seus salários de novembro e dezembro de 2016 "esquecidos" pela administração anterior.
E qual seria a postura mais digna da atual administração? A que está tendo: ao passo que paga servidores ao término de cada mês - uma exceção brasil afora nesses tempos de crise que gera atrasos - procura honrar também os salários lesados da administração anterior, administração esta que entre outros feitos temendo ver sua intenção de voto irrisória se comprovar nas urnas retirou a candidatura a reeleição do antigo "gestor".
Qual a minha estranheza diante desses fatos? Praticamente ninguém noticiou que este gasto de 60% com folha de pessoal foi de 60% porque foram somados as folhas atrasadas de novembro e dezembro de 2016, além do 13º salário de boa parte dos servidores efetivos e comissionados que a administração passada não pagou. Uma explicação relativamente simples e uma conclusão evidente.
Vi em apenas um veículo de comunicação essa explicação que é um desdobramento do fato, uma vez que a prefeitura se pronunciou em entrevista através do seu Consultor Geral.
Mais espantoso do que isso foi ver um programa de rádio da cidade convocar o ex-secretário de planejamento de Silveira para ensinar quantos cargos a prefeitura deveria ter, quantos deveria cortar , praticamente tentando ensinar a administrar.
Se sabiam de tudo isso, por que não executaram na gestão que estavam sentados nas cadeiras que decidiam exatamente sobre estas questões? Por que o antigo planejamento, não planejou e o desastre aconteceu, percebido por todos os cidadãos da cidade.
Por que não cortou, não geriu, não previu e terminou dando calote em novembro e dezembro, além de incontáveis terceirizadas (8 meses), suspensão de serviços essenciais como reposição de lâmpadas entre outros inúmeros que gastaria aqui horas escrevendo, mas para ser sucinto: a prefeitura em dezembro passado sequer podia abastecer uma ambulância porque devia muito ao fornecedor de combustível, sequer podia enviar uma correspondência porque devia aos correios..
É esse o pessoal que vai "ensinar" o que fazer? Será que não percebem que houve avanços substanciais se antes passavam 2 meses sem pagar salários e hoje se paga em dia e ainda se paga o atraso deles dentro das possibilidades financeiras existentes, será?
Outra verdade mais que óbvia é que a prefeitura acertou no corte de cargos comissionados na medida certa e me orgulho de ter participado dessas decisões desde o período da discussão em torno do plano de governo. Num primeiro momento, numa fase inicial e de avaliação, 50% de cargos comissionados a menos e quando identificasse a capacidade de pagamento do município definisse até quantos cargos poderia preencher sem alterar significativamente o gasto com a folha corrente.
E assim foi feito. Se antes havia mais de 700 cargos em comissão e hoje são cerca de 500 segundo o que noticiam, tirando os da nova, importante e necessária Secretaria criada, a de Cultura.
Ninguém percebe que houve uma redução de quase 30% de comissionados? e Ninguém noticia ? Pelo contrário, ex-secretários de Silveira e ex-defensores dele (ex ou atuais) aparecem na mídia para criticar o "alto número de cargos comissionados". Que alto número se na gestão de vocês tinha cerca de 2 centenas a mais de cargos desse tipo do que tem hoje? Por que não noticiam isto? Cadê o contraponto da informação? Nesse caso, a verdade. Por que não é noticiada?
Nota do Blog - Com a volta de Kadu, é muito bom saber que a Prefeitura está à disposição para tais esclarecimentos. O Blog e esta jornalista estão à disposição e convidam o ex-chefe de gabinete ou técnico responsável da gestão atual para conversa sobre a questão.