O fim de um ciclo planetário. Se a definição for uma fase turbulenta e cheia de dificuldades, se pode dizer que o governador Robinson Faria estaria passando pelo seu inferno astral.
Em um movimento de décadas no nosso estado, Robinson - e todo o RN - viu explodir em seu colo uma crise administrativo-financeira que se reflete principalmente na crise de relação com os servidores e na segurança pública, o que resulta numa inviabilização de sua reeleição. Sem contar o desgaste pessoal pelo processo de divórcio com a primeira dama, o que também atrapalha estratégias eleitorais.
Em sua mais recente entrevista, concedida às TVs natalenses, Robinson afirma não entender o porquê das pessoas acharem que a culpa de toda crise do RN é dele.
Não, a crise não é somente do atual governador, vem sendo construída pelas últimas gestões estaduais e chegou à Robinson como uma enorme bola de neve.
Entretanto, muito além de movimentos dos planetas, maré de azar ou macumba, Robinson sabia, desde que começou sua pré-campanha, ainda em 2011, quando rompeu com a então governadora Rosalba Ciarlini, da situação do estado, e ao longo dos anos acompanhou muitas medidas que precisavam ser tomadas para problemas específicos, como a questão dos presídios - para citar somente um dos exemplos - sequer irem para o papel, nem mesmo em seu governo.
Algumas medidas não foram tomadas e não serão, mas deveriam, como a alteração dos repasses aos poderes. Ao contrário, o gestor estadual resolveu quebrar a corda do lado mais fraco atingindo os trabalhadores estaduais.
O fato é que as ações, tanto fiscais, quanto de segurança, apresentadas pelo governador Robinson não devem resolver a crise pela qual passa o estado. E ele sabe disso. O que Robinson precisa, nesse momento sem solução de curto prazo, é de uma lista de ações para propagandear, e alguns servidores para culpar.