Ainda em março a pesquisa Consult/98 FM de Natal apontou o governador Robinson Faria (PSD) como o campeão de rejeição. Sua gestão teve desaprovação de 85% dos entrevistados. Já 51% disseram que Robinson Faria seria o candidato em quem não votariam "de jeito nenhum".
O governador passou meses sem pisar em Mossoró. Em 2016 sua presença foi quase zero. Além do rompimento com o ex-prefeito Francisco José Junior, o seu desgaste com a população pelas falhas administrativas - principalmente nos quesitos segurança e servidores - aumentavam consideravelmente.
Robinson durante campanha em 2014 (Foto: redes sociais) |
Após a posse de Rosalba Ciarlini (PP) como prefeita de Mossoró ele começou a dar as caras pelo município, mas fugindo de entrevistas.
Ali, ainda no começo de 2017, Robinson trabalhava já o pretendido apoio de Rosalba Ciarlini. Passou a vir com mais assiduidade a Mossoró e a declarar aos quatro cantos o apoio à prefeita, inclusive afirmando o quanto ela foi uma governadora que trabalhou pelo povo e injustiçada por muitos.
Hoje, trabalhando abertamente a pré-candidatura, ele já se sente à vontade para sentar com a imprensa. Só não consegue ainda encarar as manifestações dos servidores insatisfeitos com os frequentes atrasos salariais e a falta de respostas sobre o décimo terceiro de 2017.
Articulador experiente que é, Robinson vem há muito tempo movimentando nos bastidores - principalmente através do filho Fábio Faria - sua viabilidade política para seguir o projeto de candidatura à reeleição.
Com a estratégia de cooptar os partidos menores como alternativa aos tradicionais e oligárquicos que fazem parte do grupo dos Alves, começou a pré-campanha com a garantia de apoio de pequenas siglas, que chegaram a formar o G10 (PSDC, Avante, PMB, PMN, PRP, PPS, PTB, PTC, PSL e Patriota, hoje sem os dois últimos), .
Mas Robinson vem se aproximando do período de convenções abocanhando também o apoio de siglas representativas, como o PSDB, que já definiu e deve fazer o anúncio oficial pela chapa pela reeleição na próxima sexta-feira (29). E pode levar também o apoio do PP de Rosalba Ciarlini e do PR de João Maia.
O articulador Robinson monta, assim, capital político que lhe confere chances reais de seguir rumo ao segundo turno.
Resta saber se irá reverter a altíssima rejeição e terá capital eleitoral para alcançar o objetivo.