Nossos gramados e nossa gente merecia mais carino, mais humanidade (Foto: autor não identificado) |
Quem convive ou acompanha de perto o esporte mossoroense sabe muito bem o que este título significa ou pretende dizer. Quando olhamos para o esporte que tem mais vitrine, o futebol, enxergamos diversas dificuldades, principalmente financeiras. São anos lutando, resistindo, contra um vento que tenta colocar ainda mais para trás. Por sinal, o X do nosso esporte para em duas palavras, uma já foi dita neste parágrafo.
A falta de apoio, não só financeiro, mas de um olhar mais carinhoso para os nossos atletas é de entristecer. Escutamos diariamente fulano pedindo ajuda para competir fora do país, que fulana precisa fazer anúncios nas redes sociais pra conseguir o equipamento necessário. As portas são fechadas com cadeado tendo a chave: a sensibilidade.
Decidi aqui não citar nomes, mas são muitos personagens que passam quase invisíveis na cidade, mesmo com o pescoço brilhando em medalhas ou pelo menos carregados de sonhos. Nosso calendário esportivo poderia ser mais cheio, ter mais espaços. As competições que existem a cada fim de semana, mais evidenciadas. Nós, da imprensa, ralamos MUITO, a cada 30 minutos do nosso tempo nas rádios, na TV ou nos blogs pra noticiar como nossos atletas merecem.
Ah, e nosso esporte vai muito além dos próprios atletas. Ele muda a vida das pessoas. Ele mexe com rotinas, mexe com psicológico, com quem até não tinha mais prazer de viver. São roupeiros (as), mães e pais, professores (as), técnicos (as), instrutores (as), árbitros (as) e claro, os próprios organizadores (as) e diretores (as) que movimentam clubes, escolinhas, atividades em praças... Cara, é tanta gente... Voltamos ao título: é preciso apostar nessa humanidade.
A resistência e a persistência do esporte mossoroense tem como base a força humana de cada pessoa que se encaixa neste texto, incluindo a própria imprensa. Na vontade de fazer, de colocar pra frente, de ver ginásio lotado, gramado cheio de crianças, quadras cheias de sonhos.
Infelizmente, só a força humana não será nunca suficiente em um mundo que precisamos tanto e conseguimos pouco. O lado financeiro, o apoio traduzido em incentivo sempre será imprescindível. A humanidade que move o atleta deveria mover mais humanos e assim, capacitaríamos nosso esporte e a nós mesmos.
*Larissa Maciel é formada em Jornalismo pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), é mossoroense, repórter e apresentadora da TCM Telecom e 95 FM, crescida entre fãs de esporte, jornalista por vocação e analista de esporte por amor à esta área da profissão em específico.