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"Ninguém falou. Ninguém." Foi o que disse o empresário Renato Fernandes, diretor-executivo do Sindicato de Moagem e Refino do Sal do Rio Grande do Norte (SIMORSAL), sobre a falta de posicionamento da bancada potiguar, em relação à prorrogação da suspensão da medida antidumping ao sal chileno pelo Governo Federal.
A medida prorroga a suspensão do imposto sobre o sal chileno e foi anunciada no último dia 12, mas até agora a bancada não sinalizou providências, ou sequer questionamentos, sobre o assunto.
"O que eu espero da bancada? Não queremos regalias tributarias, quero que seja feito de forma transparente: o que o sal do Chile tem? quais as regalias que eles têm por estarem inseridos no Mercosul? Como funciona a questão da verticalização: eu produzo, eu embarco e eu transporto? Como isso funciona para que concorra com o sal do meu país? É muito fácil, eu tenho meu custo, meu porto e minha empresa de navegação, é muito estranho, eu preciso desses valores", questiona Renato.
Pólo Cloroquímico
Para o empresário, o desemprego é a grande questão, na medida em que as indústrias são obrigadas a reduzir a produção.
Ele sugere às classes políticas e empresariais trabalharem a implantação de um Pólo Clororoquímico no Rio Grande do Norte. "Se produzimos sal para a nossa indústria química, por que o RN, que é produtor de sal, não tem uma indústria cloroquímica?".
Na opinião de Renato Fernandes, a implantação do Pólo mudaria o eixo econômico no Brasil. "Por que fecharam a Alcanorte? Ninguém nunca se preocupou em pesquisar isso? Foi incompetência empresarial, ou pressão? Tem gente que tem medo de falar nisso. Não se cresce o estado cobrando mais imposto de empresário que já vem sufocado com essa cobrança de imposto".
Segundo o empresário, o investimento inicial demandaria cerca de US$ 4,5 bilhões, em 3,6 hectares de terras, e geraria 2.500 empregos diretos.