20 de novembro é Dia da Consciência Negra no Brasil (Imagem: divulgação/ UFPA) |
Enquanto os homens brancos estão no topo da escala de remuneração no país, as mulheres pretas ou pardas receberam, no ano passado, em média, menos da metade dos salários deles (44,4%).
De acordo com dados da pesquisa Desigualdades Sociais por Cor ou Raça, publicada poelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE), no último dia 13, atrás dos homens brancos estão as mulheres brancas, que ganham mais que os homens negros e pardos.
De acordo com a pesquisa, independente do nível de escolaridade, os pretos ou pardos ocupados (R$ 1.608) no Brasil tiveram, em 2018, um rendimento médio 73,9% mensal ou inferior ao das pessoas brancas (R$ 2.796). Os brancos com nível superior completo ganhavam por hora 45% a mais do que os pretos ou pardos com o mesmo nível de instrução.
A desigualdade de rendimento em favor da população branca ocorreu, segundo a pesquisa, com intensidades distintas nas Grandes Regiões brasileiras em 2018, mas se manteve tanto nos Estados que apresentaram os menores rendimentos —Maranhão, Piauí e Ceará—, quanto nos que registraram os rendimentos mais elevados —Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro.
O estudo aponta ainda como a desigualdade está presente na distribuição de cargos gerenciais: somente 29,9% deles são exercidos por pessoas pretas e pardas. Quanto mais alto o salário, menor é o número de pessoas pretas e pardas que ocupam esses postos.
Desocupados e informais
Além de ganharem menos, pretos ou pardos representam cerca de dois terços da população desocupada (que hoje passa de 12 milhões de pessoas) e 66,1% do grupo dos subutilizados, que inclui, além dos desocupados, os subocupados e a força de trabalho potencial. Os postos informais também são mais ocupados por esse grupo. Enquanto 34,6% dos trabalhadores brancos estavam em empregos informais, entre os pretos ou pardos o percentual é maior, de 47,3%.
Em relação à distribuição de renda, o levamento mostra que os pretos ou pardos representavam 75,2% da camada mais pobre do país (formada pelos 10% com menos rendimentos). Dentre os 10% mais ricos, eram apenas 27,7%.
*Com informações do El País