Nada de novo ou surpreendente na "visita surpresa" do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF). Nem no seu apelo para que as medidas restritivas nos estados, motivadas pela crise do coronavírus, sejam amenizadas. E muito menos a edição do novo decreto ampliando serviços essenciais com a inclusão do setor da construção civil.
Espantoso seria se o presidente não desse à economia maior importância do que o número de mortes e o colapso que estamos vendo se alastrar pelo país. Para Bolsonaro, "o efeito colateral do combate ao coronavírus não pode ser mais danoso que a própria doença".
O Chefe do Executivo Federal continua se mantendo firme no propósito a que foi eleito. Mantém sua promessa de campanha e forma constantemente palanques virtuais para viralizar seu intento. Mas palanque a serviço de quem?
(Charge: Duke) |
A serviço da classe que levou Bolsonaro ao poder. A classe empresarial, que ele tão bem representa. O presidente é coerente e um lutador. Ele luta pelo capital, luta pelos poucos privilegiados brasileiros que realmente têm pouca probabilidade de sofrer os efeitos mais graves da doença. São pessoas que não são obrigadas necessariamente a sair do isolamento social para trabalhar, afinal, são os patrões; não enfrentam aglomerações em transporte público, e se infectados, têm maiores condições de conseguir um espaço no sistema de saúde.
A elite no Brasil é totalmente representada pelo presidente, que tem utilizado seu poder para dar o sangue e, de forma antidemocrática, passar por cima da massa da população, da imprensa e de qualquer pessoa - passando pelas instituições - que ouse questionar as desigualdades e injustiças que vemos no nosso país.
Ele é o porta-voz de parte do Brasil que não se importa com a tragédia, trata as mortes como uma simples consequência da roda que não deve parar de girar e que diz como acha que devem ser tratados os pobres no Brasil. O Brasil que é o sétimo país mais desigual do mundo.
As vítimas da Covid-19 sequer foram citadas na "visita". Esse assunto parece fora de cogitação e de nenhuma importância para Jair Bolsonaro.
Ele não cogita um meio-termo entre as opções a vida ou a economia. E encontra justificativas que minimizam a doença sem nenhuma base ou comprovação científica.
O seu povo agradece.
*Este é um texto opinativo.
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