segunda-feira, 5 de abril de 2021

Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte completa 73 anos

Do passado de principal fonte de pesquisa em Mossoró, a Biblioteca Ney Pontes sobreviveu às mudanças tecnológicas que acabaram distanciando os frequentadores


(Foto: Allan Phablo/ Secom PMM)

No dia 5 de abril de 1948 foi publicado o Decreto Executivo 4 que criou a Biblioteca Pública Municipal. Após 73 anos de sua criação, a Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte continua sendo marco para literatura, cultura e história de Mossoró.

Na mesma data, a Prefeitura de Mossoró fundou o Museu Lauro da Escóssia, que também surgiu com a missão de guardar o rico acervo, além de proteger a memória e a cultura mossoroense.

O movimento cultural que deu início a essa história surgiu com a ideia da criação da Biblioteca Municipal. Ela foi sugerida pelo professor Vingt-un Rosado, durante o programa de governo municipal do irmão Dix-sept Rosado, em 1948.

Já eleito prefeito de Mossoró, Dix-sept Rosado dá o primeiro passo da criação ao publicar o Decreto Executivo, fundando a Biblioteca Pública Municipal de Mossoró. Meses depois, no dia 30 de setembro do mesmo ano, foi inaugurada a Biblioteca Municipal com o Museu Municipal de Mossoró.  

Até chegar ao antigo prédio da União Caixeiral, atual sede, a Biblioteca Municipal teve várias casas. Inicialmente, ela foi fundada no antigo prédio do Clube Ipiranga, que ficava localizado onde funciona a Associação Cultural e Esportiva Universitária (ACEU).

Por um período, a biblioteca funcionou no prédio onde hoje existe a Foto Rodrigues na Rua 30 de Setembro, mas depois foi transferida para a antiga cadeia pública da cidade, onde hoje funciona o Museu. Ela funcionou também em imóveis na Praça do Codó e Avenida Dix-sept Rosado, no Centro.

Foram cinco sedes até 15 de julho de 2006, quando a Biblioteca Municipal chegou ao prédio histórico da União Caixeiral, na Praça da Redenção, no Centro de Mossoró.

Acervo

O primeiro acervo da Biblioteca Municipal tinha pouco mais de mil obras. Porém, logo foram incorporados ao acervo mais livros, volumes e periódicos.

Uma das mais expressivas doações foi feita pelo patrono Ney Pontes Duarte, um militar aposentado detentor de um grande acervo cultural. Além de doar o próprio acervo, Ney Pontes ainda comprava livros para fazer mais doações, chegando a doar mais de 4 mil livros de vários temas. Em 1996, as doações de Ney Pontes Duarte foram reconhecidas e a Biblioteca Municipal recebeu o seu nome.

Gerações

Nas últimas sete décadas, os livros da Biblioteca Municipal levaram conhecimento para várias gerações de mossoroenses. Do passado de principal fonte de pesquisa em Mossoró, a Biblioteca Ney Pontes sobreviveu às mudanças tecnológicas que acabaram distanciando os frequentadores.

Entretanto, várias ações são articuladas pela Prefeitura de Mossoró para atrair os jovens ao importante espaço de conhecimento da cidade. Os projetos serão colocados em prática assim que a pandemia da Covid-19 permitir.

Atualmente, a Biblioteca Ney Pontes Duarte tem cinco acervos com milhares de exemplares de livros e documentos. O acervo é classificado por Infantil, Geral, Referência, Obras Raras e Coleção Mossoroense/Norte-rio-grandense.

“Mossoró tem o maior patrimônio cultural do Brasil em que o embrião dele foi exatamente a Biblioteca Municipal, chama-se Coleção Mossoroense. A Coleção Mossoroense é o maior movimento cultural do Brasil e algo para ser valorizado por todos, leigo ou não. Um orgulho para a nossa cidade. A Coleção Mossoroense conta hoje com mais de 5 mil títulos de publicações”, ressaltou o coordenador e editor da Coleção Mossoroense, Eriberto Monteiro.

Nova casa da cultura

Em 2021, a Biblioteca Municipal se tornou ainda mais o berço da cultura mossoroense, quando a Secretaria Municipal de Cultura foi transferida do Centro Administrativo da Cidadania Prefeito Alcides Belo para a Biblioteca Ney Pontes Duarte. A mudança aproxima a classe artística do município e promove mais acesso às iniciativas culturais da Prefeitura de Mossoró.

“O nosso objetivo é deixar a Secretaria de Cultura em um equipamento de cultura. O objetivo principal é a gente estar em um espaço onde os fazedores e fazedoras de arte e cultura tenham acesso com mais facilidade. Estamos no Centro com a facilidade de deslocamento de transporte coletivo”, afirmou o secretário de Cultura, Etevaldo Almeida.

(Foto: Allan Phablo/ Secom PMM)

Uma saga cultural em 4 estrofes

Em 1948

Vingt-un Rosado idealizou

Uma biblioteca pública

Ideia que seu irmão aprovou

E o Decreto Executivo 4

Dix-sept Rosado, prefeito, criou

Biblioteca municipal,

Mossoró comemorou


Uma comissão foi formada Liderada por Vingt-un Rosado

José Ferreira, Rafael Negreiros,

João Damasceno, José Romualdo

Uma luta do povo para o povo

Companheiros foram engajados

O mutirão de Dix-huit

2 mil livros foram doados


A inauguração se deu

Em setembro do mesmo ano

Dia 30, Clube Ipiranga

Já estava nos seus planos

Como a primeira sede

Que se seguiu como um cigano

Mais 5 sedes pela cidade

Educando o ser humano


Um Decreto de 96

Uma saga comovente

Homenagem a Ney Pontes Duarte

Um soldado que foi servente

Da cultura da sua cidade

Atitude subsequente

Engrandecendo a biblioteca

Enriquecendo literalmente

Autor: Eriberto Monteiro, professor, poeta e funcionário da Biblioteca Municipal

*Com informações da PMM.

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