Crítica da delegada Taís Aires é feita após o Governo do RN publicar e exaltar os índices registrados durante o período de carnaval
(Foto: web) |
Comemorar redução da violência durante o atípico Carnaval de 2022 é uma tentativa de "jogar com números" e uma "piada de mau gosto". Esse é o entendimento da presidente da Associação de Delegados de Polícia Civil do RN (Adepol/RN), delegada Taís Aires, após o Governo do RN publicar e exaltar os índices registrados durante o período de Momo.
"Na realidade, os números registrados durante o carnaval deste ano estão muito mais relacionados à ausência de festas públicas do que ao efetivo policial colocado na rua. Ademais, a redução considerável dos policiais civis em serviço voluntário, atrasou o andamento de investigações e a realização de operações durante o período e dificultou o registro de ocorrências, ressaltou Taís Aires.
Contudo, a presidente da Adepol foi além: "É lamentável que o secretário de Segurança conceda entrevistas comemorando esses números, enquanto blocos tradicionais não saíram às ruas. Contudo, tivemos o "Bloco dos Tornozelados", que foram à folia de arma em punho, mostrando o tamanho da piada de mau gosto que é essa falácia de redução da criminalidade".
Proposta
Os policiais civis do Rio Grande do Norte se reuniram em Assembleia Geral, no final da manhã desta sexta-feira (4) e recusaram a proposta apresentada pelo Governo na noite dessa quinta-feira (3).
Para o Governo, a proposta apresentada "propõe de um lado a manutenção da integridade das suas carreiras e, de outro, garante a preservação dos direitos adquiridos por delegados, escrivães e agentes".
Por outro lado, para a categoria, a proposta é "inconstitucional". Eles informam que na proposta apresentada pelo Governo, os atuais policiais civis teriam mantidos os percentuais referentes ao ADTS, com a progressão funcional. No entanto, segundo o SINPOL-RN, quem entrar na Polícia Civil a partir de agora não teria direito a essa mesma carreira.
“Ou seja, policiais civis exercendo as mesmas funções teriam vencimentos e progressão de carreiras diferentes, o que é inconstitucional”, afirma o sindicato.
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