Vereador repudia caso contra jovem e organização do evento se manifesta
(Imagem: reprodução) |
O Governo do Estado, através da 12ª Direc, diz que não vai compactuar, aceitar ou admitir nenhum caso de racismo, homofobia, preconceito, violência contra as minorias de uma maneira geral nos espaços escolares.
A posição foi divulgada em um vídeo pelo dirigente da Diretoria, Jadson Arnauld. Na sua fala, ele se coloca à disposição para colaborar com as investigações, denúncias e medidas cabíveis.
Ele se refere ao episódio racista ocorrido ontem (27), durante o torneio de basquete no Ginásio Pedro Ciarlini, como parte dos Jogos da Juventude Escolar do Rio Grande do Norte, os Juverns, realizado pelo Governo do Estado.
Um jovem estudante que jogava em um dos times sofreu injúria racial por parte de pessoas que estavam na arquibancada e que o chamaram de macaco, fazendo também gestos e sons relacionados a macacos, dirigido a ele (veja vídeo abaixo).
A coordenadoria local da competição em que o caso aconteceu, os Juverns, emitiu uma nota de repúdio. Segundo a nota, a Subsecretaria do Esporte e Lazer, afirma que determinou instauração de Sindicância para apuração dos fatos.
Câmara Municipal
O assunto também repercutiu na Câmara de Mossoró. vereador Pablo Aires (PSB) utilizou a palavra na sessão desta terça-feira (28) para manifestar seu repúdio diante do episódio.
“Ainda há reflexos do racismo no nosso país e infelizmente foi o que vimos acontecer aqui em nossa cidade, contra um adolescente que terá impacto ao longo de sua vida. Essa casa tem o papel de deixar claro que o racismo não será permitido em nossa sociedade e nem que um adolescente seja constrangido sendo associado a um macaco por sua cor de pele. Isso é um absurdo”, afirmou Pablo Aires.
O vereador Pablo também propôs que a Câmara Municipal possa encaminhar uma moção de solidariedade ao aluno e manifestar repúdio a qualquer posicionamento de injúria racial.
Entenda o caso
O caso de injúria racial foi registrado através de vídeo pelo pai do atleta Juan Serafim, 16 anos, que atua pela equipe do Diocesano. Segundo conta Jamerson Nascimento, seu filho estava em quadra e, a cada lance, gritos e sons de macaco surgiam nas arquibancadas.
(Vídeo: Blog Saulo Vale)
"Meu filho estuda no Diocesano, ele tem bolsa lá. Hoje foi jogar por sua escola e no decorrer do jogo pessoas fizeram isso. Chamaram ele de macaco, king kong, e ficaram imitando um som de macaco quando ele pegava na bola".
"Infelizmente meu menino hoje sofreu um ato repugnante de RACISMO nos Jogos escolares aqui de Mossoró RN. Vamos atrás de justiça e todas as medidas cabíveis e por dentro da lei do Brasil que é totalmente falha, vamos atrás de justiça. B.O já foi feito e que a justiça seja feita. Os sons de imitando um MACACO E A PALAVRA MACACO É MUITO NÍTIDA".
É lei
Caso de injuria racial está previsto no artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal, e estabelece de um a três anos de reclusão e multa. Pontua-se que injuriar seria ofender a dignidade ou o decoro utilizando elementos de raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
Nota do Blog Carol Ribeiro - É nítida a falta de percepção, pela sociedade, da gravidade de casos assim. Apesar de se repetirem muito frequentemente, inclusive em ambientes esportivos, a falta de reação imediata mostra o quanto o racismo é normalizado. Não dá para entender por que o jogo não foi interrompido para que os responsáveis pudessem ser questionados e as medidas necessárias para o crime cometido fossem tomadas.
*Com informações do Blog Larissa Maciel, Blog Saulo Vale e Blog Carol Ribeiro.
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