A amostra não pode ser aleatória, precisa representar a população
(Imagem: Jota) |
O Brasil tem 156.454.011 eleitores, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Como, a partir de uma amostra de cerca de 6 mil eleitores no âmbito nacional, o quadro de intenções de votos refletir o resultado real no dia da eleição?
Para realizar as pesquisas, os institutos selecionam uma amostra de eleitores. Para definir o número de pessoas que vão ser entrevistadas, os institutos levam em consideração o nível de precisão buscado, os detalhes que a pesquisa precisa ter e os recursos e do tempo disponível para que ela seja feita.
Uma pesquisa com 3 mil pessoas, que é considerada grande, as chances de uma pessoa ser entrevistada é de 0,0019%. Ou seja, entre 1 milhão de pessoas, só 19 vão ser entrevistadas.
E a amostra não pode ser aleatória, precisa representar a população:
De todos os aptos a votar no país, 53% são mulheres e 47% são homens. E ainda entram critérios como idade, grau de instrução, nível econômico e onde as pessoas moram. Os institutos de pesquisa cruzam os dados do TSE com os do IBGE. Os entrevistados abordados são escolhidos proporcionalmente a esta amostra.
As pesquisas podem ser feitas por telefone, na casa das pessoas, ou em locais com grande circulação de pessoas.
As perguntas devem ser feitas com muito cuidado para não interferir nas respostas dos entrevistados.
Por exemplo, quando a pergunta tem muitas alternativas para respostas, como intenções de votos estimulada para presidente, os nomes dos candidatos são apresentados como partes de um disco, para reduzir o risco do entrevistado dizer o primeiro nome de uma lista, ou o último, sem analisar as alternativas.
O registro das respostas, em algumas pesquisas, já é enviado à base de dados do instituto através da internet em tablets, assim que são coletados. Esses equipamentos também gravam entrevista e parte delas é ouvida e checada.
Mas por que as pesquisas nem sempre refletem a realidade exata?
Primeiro existe a margem de erro. Se um candidato aparece com 25% nas intenções de votos, pode ter de 23% a 27%. Essa margem é calculada pelo instituto porque apesar de todos os critérios científicos usados para definir a amostra, ainda há chance de parte desse resultado não corresponder à realidade da população, e por isso existe essa flutuação para mais ou para menos.
Ainda existe o índice de confiança da pesquisa, que em geral é definido em 95%. Isso significa que em média a cada 100 pesquisas feitas, 95 estarão no intervalo determinado pela margem de erro.
É importante destacar também que uma pesquisa é o retrato daquele período em específico. Até o dia de ir às urnas, muita coisa pode mudar.
Lembre-se ainda de olhar os dados da pesquisa, que tem que ser registrada no site do TSE/TREs.
Fonte: G1/Podcast Funciona Assim.
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