Do Instituto Patrícia Galvão: É o que mostra a pesquisa 'Percepções sobre controle, assédio e violência doméstica: vivências e práticas'
(Imagem: Uol) |
Os corpos das mulheres seguem sendo interpretados como bens públicos, já que quase metade delas afirma ter sido tocada sem consentimento num espaço coletivo. É o que mostra a pesquisa 'Percepções sobre controle, assédio e violência doméstica: vivências e práticas', realizada pelo Instituto Patrícia Galvão, em parceria com o Ipec e apoio da Uber, em setembro de 2022.
O levantamento contou com entrevistas por telefone com 1.200 pessoas (800 homens e 400 mulheres), de 16 anos ou mais, entre 21 de julho e 1º de agosto de 2022.
Práticas invasivas, importunação, perseguição e assédio sexual: percepções de mulheres e homens
(Fonte: Instituto Patrícia Galvão) |
"A pesquisa aponta o tamanho dos desafios e dificuldades para nossa luta no combate da violência contra as mulheres. A disparidade na percepção de mulheres e homens quanto às violências demonstra dois aspectos: a naturalização da violência na nossa cultura, o que leva a uma invisibilidade, por isso a urgência de letramento de gênero. E a desresponsabilização dos homens em relação aos seus atos e emoções. Vemos mecanismos de defesa muito presentes na fala dos homens, a racionalização (atribuição de justificativas a um comportamento injustificável) e a projeção (na qual o homem reconhece que cometeu ato violência, mas justifica a culpa na parceira). Destaco uma preocupação, o conceito de casal violento, ou seja, os homens agridem e as mulheres também. É preciso pensar os sentidos subjetivos dos atos e o quanto esses sentidos são atravessados pelo gênero na sociedade."
Valeska Zanello, coordenadora do grupo de pesquisa "Saúde Mental e Gênero" no CNPq e membro do Grupo de Estudos Feministas (GEFEM) e do NEPEM (Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher) da UnB, durante webinário Percepções sobre controle, assédio e violência doméstica: vivências e prática
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