O ICMBio pediu reavaliação de trecho da obra
(Foto: Assecom RN/ arquivo) |
O trecho 2 da Estrada do Melão, já não bastasse a demora de 8 anos na conclusão por falta de recursos e questões políticas, tem também uma questão ambiental em seu projeto para ser adequada.
O assunto foi explicado pelo chefe do NGI do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Leonardo Brasil, em entrevista ao Cenário Político (TCM Telecom) da quinta-feira (27). Veja vídeo abaixo.
O ICMBio é gestor da Unidade de Conservação do Parque Furna Feia, que abrange parte da Serra Mossoró e seus arredores.
Um trecho de cerca de 12km da Estrada do Melão está dentro da 'zona de amortecimento' do Parque e, dentro desse trecho, o projeto do Governo do RN ignora estrada já existente e planeja fazer uma nova via cortando 600 hectares de vegetação nativa.
O ICMBio pediu reavaliação desse trecho.
"A gente entende que é uma fragmentação que não tem necessidade, se você já tem uma estrada de terra que hoje funciona para o trânsito. Talvez fosse necessário suavizar algumas curvas nessa estrada já existente, por conta do trânsito de veículos pesados, se você tem curvas muito fechadas é problemático, mas não precisa cortar um frangmento tão grande de vegetação nativa, se já tem uma estrada existente", esclareceu Leonardo Brasil.
O Governo do RN tem o prazo até o final de maio para apresentar complementação dos estudos com nova alternativa ao Instituto, para emissão de autorização e continuidade da obra. Veja fala do chefe do ICMBio abaixo:
Estrada do Melão
A Estrada do Melão são cerca de 80km de uma via importantíssima para melhorar o escoamento da produção da fruticultura do RN. O RN produz cerca de 40% das exportações de frutas do país. O estado é líder na produção de melão.
A obra foi iniciada no governo Wilma, com recursos próprios. A etapa 1 (22 km) vai da RN 013 (altura da comunidade rural Lagoa de Salsa em Tibau, até à comunidade do Km 31 na BR 304). O trecho foi inaugurado por Iberê Ferreira de Sousa.
Recentemente, a construção da etapa 3, concluída por Fátima Bezerra, já avançou projetos de irrigação com mamão, melão, melancia, banana e maracujá, entre outras fruteiras.
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Entretanto, faz 8 anos que a etapa 2 (entorno da cidade de Baraúna) está empacada. Passou pelas gestões de Rosalba Ciarlini, Robinson Faria e Fátima Bezerra.
*A Zona de Amortecimento é uma área estabelecida ao redor de uma unidade de conservação com o objetivo de filtrar os impactos negativos das atividades que ocorrem fora dela, como: ruídos, poluição, espécies invasoras e avanço da ocupação humana, especialmente nas unidades próximas a áreas intensamente ocupadas (Com informações do Eco.org).
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