Discurso no fim de semana deixou transparecer que lidera uma luta entre estados ricos do Sul/Sudeste contra o Nordeste, carregada de preconceito e visão separatista
Romeu Zema lidera consórcio dos estados ricos (Foto de Gil Leonardi – Novo) |
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), presta um desserviço ao país, que já vive há tempos atmosfera carregada do “nós contra eles.”
Agora, alarga o fosso e a arenga para o campo geográfico, neste Brasil continental e uno, apesar de tudo. Discurso no fim de semana deixou transparecer que lidera uma luta entre estados ricos do Sul/Sudeste contra o Nordeste, carregada de preconceito e visão separatista.
Sinal de que a estupidez e a ignorância vão continuar pautando a vida cotidiano desta terra, a partir da política, de onde deveriam germinar os bons exemplos. O governador mineiro quer separar Sul e Sudeste das “vaquinhas que produzem pouco,” mas que costumam obter mais vantagens do bolo orçamentário e programas de governo.
Ele lidera o Consórcio Sul-Sudeste (COSSUD), um contraponto ao Consórcio Nordeste, que reúne governadores nordestinos.
Minas ‘nordestina’
Zema ‘esqueceu’, por exemplo, que Minas Gerais faz parte do Polígono das Secas, uma área de 1.108.434,82 km², correspondentes a 1.348 municípios. Entre eles, muitos da região Norte desse estado, que tem fatores fisiográficos (clima, solo, vegetação, secas) e realidade socioeconômica semelhantes à boa parte do Nordeste.
As reações à sua fala partem de todas as direções. Em vez de representar um marco na união dos ricos, fixa-se como um abalo nas relações federativas. Outro foco de desentendimento a ser freado. O próprio governador já se pronunciou de novo, mas dessa feita afirmando que não é a divisão que defende. Foi mal interpretado, ponderou.
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