Sem garantia de poder indicar o vice da chapa governista, partido de Rogério Marinho decide por candidatura própria em Mossoró
PL tem plano de ampliação em 2024 e trabalha candidaturas próprias ou composição nos principais palanques
Foto: Reprodução
Por Carol Ribeiro | Diário do RN
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O PL divulgou a novidade um dia após evento de filiação do União Brasil, encabeçado pelo prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União), com a presença do presidente estadual da legenda, José Agripino, que oficializou 14 vereadores à nominata e anunciou a filiação de mulheres em 60% dos seus quadros. O encontro contou também com discursos de presidentes de outros partidos que compõem a base de Allyson Bezerra em seu projeto à reeleição, PSB, Solidariedade, PSD, PSDB e Podemos.
O PL, no entanto, já não compõe mais esse arco, e lançou, no sábado (23), a pré-candidatura do empresário, ex-vereador e presidente do diretório municipal, Genivan Vale, a prefeito de Mossoró. Sem a garantia, por parte de Allyson, de poder indicar um nome para compor a chapa governista à reeleição como candidato a vice, o partido de Rogério Marinho decidiu seguir em faixa própria.
Em resposta aos comentários de que o anúncio seria mais uma forma de manter pressão sobre o prefeito para negociar espaço mais à frente, Genivan Vale afirma que “não tem desistência”, porque deixou “tudo muito claro”.
Até algumas semanas atrás, Allyson Bezerra ainda contava com a presença do PL em sua base. A parceria se iniciou em 2022, quando o então ministro do Desenvolvimento Regional do governo Bolsonaro, Rogério Marinho, dispôs recursos à Mossoró, e recebeu em troca o apoio do prefeito em sua candidatura ao Senado.
Para 2024, o PL, como maior partido do país, queria espaço no projeto eleitoral do aliado mossoroense. “Allyson foi importante para Rogério e Rogério foi muito importante mandando muitos recursos para Mossoró. Com toda humildade que cabe ao grupo do PL, sempre ficou claro que nosso intuito era manter essa parceria político-administrativa com o prefeito. O então ministro, senador, fez muito por Mossoró. E a partir do momento que não fosse possível manter essa parceria, teríamos nosso projeto”, explicou Genivan.
O PL tem plano de ampliação em 2024 – visando 2026 – e, para isso, tem trabalhado candidaturas próprias ou composição nos principais palanques do estado. Em Natal e Parnamirim, primeiro e terceiro maiores municípios do RN, respectivamente, estará ao lado do União Brasil, tendo em Parnamirim a cabeça de chapa.
Em Mossoró, segundo maior colégio eleitoral do estado, se desprende do União após reuniões e rodadas de conversas, sem sucesso, com o chefe do Executivo mossoroense. Agora, pretende levar ao seu palanque outras legendas. Para o PL, há a necessidade de ampliar a faixa de eleitorado para além do bolsonarismo, com quem o PL sabe que pode contar e que, a partir de agora, migra seus votos de Allyson Bezerra para Genivan Vale. O presidente municipal da sigla afirma que “vai pedir votos” para superar a diferença, mas o PL conta com a ida de autoridades nacionais do partido em Mossoró para reforçar o objetivo.
Além disso, tem conversado com o Podemos, Republicanos, Avante e o PP, de Rosalba Ciarlini. A ex-governadora, ex-senadora e ex-prefeita, tia afim do ex-deputado federal Beto Rosado, presidente do PP em Mossoró, é um dos nomes que o grupo pretende atrair para o projeto da nova oposição na cidade.
Segundo Genivan Vale, a cúpula do partido tomou um café da manhã com o sobrinho afim de Rosalba Ciarlini, que “se colocou interessado no projeto do PL, haja vista a dificuldade de conversar com o projeto de Isolda Dantas (PT)”.
“Tivemos uma conversa longa, que foi uma primeira conversa, e ficou certo que poderíamos conversar mais à frente”, disse.
O Diário do RN entrou em contato com o presidente do PP em Mossoró, mas não obteve retorno.
O PL fez convite também ao líder da bancada da oposição em Mossoró, Tony Fernandes, que deve escolher, dentro das próximas duas semanas, novo destino partidário. A decisão leva em conta a possibilidade de composição com o PL, conforme informou o vereador.
Apesar da articulação, o pré-candidato afirma que “não houve rompimento com Allyson”, apenas objetivos e rumos diferentes.
O PL que apoiou Allyson até pouco tempo, ainda não sabe apontar os problemas e os projetos para Mossoró: “preciso ver os orçamentos, ver como estão os problemas, vamos nos reunir com servidores, fazer reuniões de bairros, para ver os problemas para apresentar as soluções. Não temos soluções prontas”, alega Genivan.
Apesar de alfinetar a falta de posicionamento de Allyson sobre o voto em Bolsonaro, Genivan garante que há motivação maior para a questão. “Tem político que fica em cima do muro. Nós vamos pedir voto, vamos levar a bandeira do PL, vamos mostrar que votamos em Bolsonaro, que votamos em Rogério. Mas não é isso que está em jogo. O que está em jogo é mostrar a capacidade que temos de resolver os problemas de Mossoró”, finaliza.
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