Em convenção do Avante, candidato a prefeito afirma que traz um “incômodo enorme” para as demais candidaturas
Por Carol Ribeiro | Diário do RN
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“A gente sabe que a campanha não tem estrutura, vai ser uma campanha quase que franciscana, honesta e vitoriosa. A gente vai estar disputando contra grandes estruturas, candidatos que já tiveram oportunidade de ser quatro vezes prefeito de Natal e não resolveram os problemas de nossa cidade. O natalense não pode se contentar com pouco”. O trecho é do discurso de Rafael Motta (Avante), que teve candidatura a prefeito de Natal oficializada em convenção do Avante nesta quinta-feira, 1º, em Natal, e trata, apesar de não citar nome, diretamente da candidatura do ex-prefeito Carlos Eduardo (PSD).
Há algumas semanas, Rafael chegou a abrir diálogo e considerar a possibilidade de ser vice de Carlos. As conversas, no entanto, foram descartadas e ele volta a criticar as posturas do ex-prefeito.
Motta também atacou os demais candidatos. Sobre Paulinho Freire disse: “A gente tem outro candidato que tem se comportado agregando gregos e troianos numa mesma chapa. Pessoas que se odeiam no mesmo lugar apenas por uma situação casuística. E infelizmente essa pessoa já foi vice-prefeita, já foi presidente da Câmara por quatro vezes e a gente já sabe que não tem nenhum trabalho por Natal”.
Já sobre Natália Bonavides e o PT, Rafael acredita: “A gente tem uma candidata que está marcando presença apenas para ocupar o espaço através de sua militância. Uma candidata que tem uma rejeição muito alta”.
Colocando-se como “uma opção moderna”, Rafael pontuou que tem pesquisas e dados qualitativos que colocam seu nome “bem aceito” pelas pessoas. “Não existe rejeição ao nosso nome e esse é o segredo no nosso crescimento”, acredita.
Em entrevista ao Diário do RN, aprofundou as críticas ao Partido dos Trabalhadores e, fazendo um paralelo com a intervenção da Executiva Nacional do PSOL que resultou na desistência da pré-candidata Camila Barbosa a prefeitura de Natal, relembrou interferência do PT na sua candidatura. “Na realidade, o PT local pediu que o PT nacional exigisse do PSB nacional a minha não candidatura aqui em Natal. Então, é por isso que eu entendo (Camila). Na verdade, eles queriam que eu não fosse candidato. Ou seja, a minha candidatura traz um incômodo enorme para as grandes estruturas que vão ter candidaturas aqui em Natal”, ressalta.
Motta acentua que, enquanto PSB, apoiou o PT na candidatura ao Governo do Estado, mas, em contrapartida, o “PT nunca o apoiou a nenhum cargo público”. Além de afirmar não se arrepender de ter resistido à interferência do PT e seguido para o Avante em seu projeto de ser candidato a majoritária em Natal, considera que ser vice de Natália não seria politicamente mais interessante para ele.
“A questão de ser vice de Natália não, porque eu não acredito no plano de governo dela e também de alguma forma eu discordo de alguns comportamentos, de algumas ideologias. Então, do meu ponto de vista, o nosso plano de governo é muito mais moderno atual e consoante com a realidade”, explica.
Sobre a candidatura “franciscana”, com menor estrutura, Motta, além de reforçar a expansão do Avante no país, se baseia em eleições anteriores para crer no seu crescimento. “O eleitor é livre e eu já passei por isso na eleição de 2022, quando fui candidato ao Senado sem nenhuma estrutura me apoiando, sem deputado federal, sem deputado estadual, com poucos prefeitos e eu tive uma votação expressiva de quase 400 mil votos. Então, a gente já tem uma certa experiência nesse sentido”, afirma.
“É óbvio que precisa ter esse contato direto com a estrutura federal”
Durante entrevista concedida ao Diário do RN pouco antes do início da convenção, Rafael Motta respondeu à fala de Carlos Eduardo (PSD) sobre o apoio do Governo Federal para a gestão municipal. Para se desvencilhar do peso de ter apoiado primeiro Bolsonaro (PL) e depois Fátima e Lula (PT) nas duas últimas eleições, respectivamente, o ex-prefeito e pré-candidato a prefeito de Natal afirmou, durante coletiva nesta quarta-feira, 31, que “ideologia é incompatível com gestão”.
Carlos Eduardo rejeitou seu próprio discurso da última campanha, quando apontava várias obras que teriam sido executadas em Natal justamente pelo fato de Lula ser presidente e ter ajudado a cidade durante sua gestão.
“Lula e Bolsonaro não moram em Natal e ao que sei nem pretendem morar; depois, quem resolve os problemas de Natal não é a Presidência da República, quem resolve os problemas de Natal é a Prefeitura de Natal”, disse Carlos Eduardo.
Para Rafael, “em Natal, até por dados qualitativos, não vai existir essa dicotomia entre Lula e Bolsonaro”, mas que “obviamente” o apoio nacional é necessário para o funcionamento da gestão municipal.
“Obviamente que apoio político eleitoral conta; e a questão do apoio administrativo é óbvio que precisa ter esse contato direto com a estrutura federal. E eu, por ter sido deputado federal por oito anos, por dois mandatos, tenho muita abertura com vários ministros que foram colegas meus de legislatura e muitos membros também do Governo Federal”, relembra.
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