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terça-feira, 8 de abril de 2025

Fátima sofre oposição rasteira orquestrada pelo PL, diz secretário-chefe

Raimundo Alves afirma que a governadora Fátima Bezerra deve assumir postura mais combativa para disputa ao Senado

Articulador do PT, Raimundo acredita que Allyson Bezerra, se for candidato ao Governo, deverá ser pela oposição | Foto: Reprodução

Por Carol Ribeiro | Diário do RN

O secretário-chefe de Gabinete Civil do Governo no Estado, Raimundo Alves, avalia que a governadora Fátima Bezerra (PT) sofre uma oposição rasteira, que “normalmente é coisa do extremo”.

“Esse tipo de ataques que o Governo sofre, que a governadora sofre, até de forma misógina, a gente sabe que está sendo orquestrado pela extrema direita. A extrema direita no Estado é organizada no PL, evidentemente. Eu prefiro não personalizar, eu coloco isso na responsabilidade coletiva do partido”, afirmou Raimundo, sem citar nomes.

O articulador do PT no Governo do RN respondeu a questionamento do Diário do RN sobre fala da própria governadora, que concedeu entrevista na última sexta-feira (04), ao Jornal da Cidade, na 94 FM.

“Você tem uma oposição aí, aquela oposição rasteira, que a obsessão que tem é o poder pelo poder. Você tem uma oposição irresponsável. Uma coisa é fazer oposição, isso é saudável, faz parte da democracia. Outra coisa é aquela oposição rasteira, demagógica, desprovida de qualquer sentido de espírito público”, disse Fátima na entrevista.

Em conversa com o Diário do RN, o secretário-chefe da Casa Civil explicou que a governadora agora deverá se posicionar como pré-candidata ao Senado, assumindo uma postura mais combativa do ponto de vista eleitoral, algo que até então era assunto evitado pela gestora.

“Ela evitava falar, ela não poderia se posicionar enquanto não tivesse uma conversa com o vice-governador. Já foi confirmada a intenção dele de assumir o Governo e, diante disso, a conversa agora está se dirigindo ao PT e os partidos aliados. A disposição dela é sim fazer a disputa”, comenta ele confirmando que a renúncia da governadora deve se dar daqui a um ano, no final do prazo eleitoral para desincompatibilização de cargos executivos para nova disputa.

Ele explica, ainda, que houve uma cobrança do partido a nível federal, e não só estadual, para que Fátima disponibilizasse seu nome ao Senado. Para o nome do PT, a chapa Fátima e Zenaide é natural.

“A gente já teve conversa com Zenaide. A própria governadora já colocou que o ideal é fazer a chapa conjunta. Zenaide é vice-líder do governo Lula, é candidata à reeleição, então acho que é natural a formação de chapa Fátima e Zenaide. As duas fazem frente à defesa do governo Lula. Mas não está fechado não. Isso os partidos ainda vão tratar no momento certo”, informa Alves.

Além da chapa ao Senado, o PT definiu e lançou o nome de Cadu Xavier, secretário estadual da Fazenda, ao Governo do RN. A indicação do vice para a chapa ainda não foi feita.

Secretariado para MDB

Segundo Raimundo, novas adequações deverão acontecer no secretariado e em alguns cargos visando as eleições, mas “no momento certo”. As alterações devem, segundo o secretário-chefe, adequar os partidos aliados e que deverão se aliar para as eleições, mas principalmente o MDB.

“As adequações vão se dando no processo. Evidentemente que a gente precisa iniciar um processo de, se não uma transição, pelo menos uma aproximação maior com o MDB para dento do Governo, para não haver uma mudança radical na hora que vier a renúncia e a assunção do novo governador. Então, é natural que essas conversas vão acontecendo, mas não tem pressa, vão ocorrer no momento certo”, afirma.

“Allyson Bezerra deve sair em oposição à Fátima”

Na entrevista que concedeu na semana passada, a governadora Fátima Bezerra afirmou não acreditar que deverá haver 3ª via no Brasil e nem no Rio Grande do Norte.

“A sucessão de 2026, eu acho que vai ser uma sucessão em que, de um lado, estarão aqueles que têm amor pela democracia, que têm zelo pela democracia, que defendem a democracia — e, do outro lado, aqueles que comungam com o autoritarismo. Não haverá terceira via no Brasil. Não haverá. Não vai ter terceira via aqui também não, porque essa coisa se vincula com o cenário nacional”, afirmou a governadora.

Raimundo Alves avalia que existirão, certamente, outros nomes, e que a referência da governadora foi mais à questão política e ideológica da polarização direita esquerda, PT e PL, que deve permanecer no ano que vem. “Sobre o número de candidaturas, aí não, sempre haverá.

Nunca teve uma disputa aqui que aconteceu apenas duas candidaturas”, lembra ele.

Neste caminho, respondendo à questionamento da reportagem, Alves coloca que o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (UB), deve sair mais à direita, em oposição à Fátima Bezerra. Segundo ele, o prefeito reeleito com mais de 80% dos votos em Mossoró nunca procurou o grupo governista para conversar sobre 2026.

“Acho que é até natural que ele não tenha nos procurado até agora nesse momento. Primeiro porque, na minha avaliação, a disputa no próximo ano vai se dar inclusive com as avaliações dos governos do PT – Lula e Fátima – e Allyson faz oposição ao Governo de Fátima até hoje. É natural que ele nem tenha nos procurado. Eu vi na imprensa que ele podia ser o candidato do nosso grupo. Eu acho que nem ele vislumbra isso, porque teria que fazer campanha para o Governo. Como ia fazer campanha se foi oposição até agora? Não ia ser fácil de convencer. Eu acho natural, se Allyson for candidato, deve ser pela oposição, que é o que sempre fez até agora”, esclarece Raimundo.

Allyson Bezerra, mais alinhado à direita, tem encontrado dificuldade de aceitação no grupo, formado por nomes como Rogério Marinho (PL), Styvenson Valentim (PSDB) e Álvaro Dias (Republicanos). Uma aproximação fora do comum foi observada entre Allyson e Fátima em movimentações administrativas em Mossoró e informações de bastidor confirmam possibilidade de conversas e união entre os dois.

Para um dos articuladores do PT e do governo Fátima, entretanto, não há impedimento de conversas republicanas entre os dois gestores e no 2º turno “tudo pode acontecer”.

“Campanha para o Governo são dois turnos, tudo pode acontecer. O PT deverá ter seu candidato mesmo e o debate vai se dar do ponto de vista da polarização PT e PL e 2º turno é segundo turno”, finaliza Alves.

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