quinta-feira, 17 de abril de 2025

Zenaide poderá levar Allyson ao grupo de Fátima ou sair com ele em 3ª via

Senadora conversa com PT sobre formação de chapa ao Senado, mas tem como maior aliado prefeito da oposição

Por Carol Ribeiro | Diário do RN

A senadora Zenaide Maia (PSD) já sinalizou entendimento com Fátima Bezerra (PT) para formação da chapa ao Senado. Candidata à reeleição, ela afirmou em entrevista, concedida à Rádio Mix, que já abriu diálogo com o sistema governista com vistas à 2026. Zenaide é vice-líder do Governo Lula no Senado e alinhada com a pauta da esquerda. No Rio Grande do Norte, entretanto, tem como um dos maiores aliados o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (UB), que faz oposição ao Governo do PT no Estado. A senadora também tem o apoio da prefeita de Parnamirim, Nilda Cruz (Solidariedade), que confirmou aliança com a pré-candidata à 98 FM nesta terça-feira (16). Zenaide vem formando rede de apoios e dialogando com as 22 prefeituras do PSD, partido que preside no RN.

O posicionamento de Zenaide pode abrir uma série de possibilidades que definirão as posições dos personagens e grupos políticos para a disputa eleitoral.

Na semana passada, em passagem por Natal, Allyson Bezerra deixou claro que não há possibilidade de união com Fátima Bezerra (PT). “Não tenho condição de fazer defesa do Governo do Estado”, disse o prefeito que obteve mais de 100 mil votos no pleito de 2024 na 2ª maior cidade do Estado. O prefeito reforçou uma série de críticas à gestão Fátima. No entanto, deixou claro seu apoio à Zenaide na corrida para permanecer no Senado.

Filiado ao União Brasil, partido liderado por Agripino e que tem o prefeito da capital, Paulinho Freire, como um dos principais nomes, Allyson reitera que é do grupo da oposição. Oposição que tem aliança formada com partidos liderados por nomes como Rogério Marinho (PL) – com quem Allyson teve rompimento político em 2024; Styvenson Valentim (PSDB) – com quem esteve em disputa judicial em 2021 por questões de emendas parlamentares; e Álvaro Dias (Republicanos), com quem Allyson nunca teve relação.

Superar estes obstáculos e se tornar o candidato ao Governo da oposição não seria impossível, já que o prefeito tem capital eleitoral. Marinho, apesar da divergência da eleição passada, chegou a citar Allyson como nome a ser considerado. Mas trazer Zenaide para o grupo tornaria a senadora vice-líder do Governo Lula subordinada ao líder da oposição na Casa Legislativa e seu adversário, o próprio senador Rogério Marinho. Apesar de Zenaide, e do seu marido Jaime Calado, já terem colocado ao Diário do RN que estão abertos a conversar com o centro e a direita, Marinho já apontou nos bastidores que não quer a parlamentar no grupo, pelo seu alinhamento com a esquerda.

Assim, se Allyson fechar aliança com a direita, terá que apoiar chapa ao Senado provavelmente formada por Álvaro Dias e Styvenson Valentim.

Do outro lado, se Zenaide firmar a composição da disputa majoritária legislativa com Fátima Bezerra, poderia buscar entendimento no sentido de levar o prefeito mossoroense para o sistema governista, como o candidato ao Governo. Apesar de Allyson ter negado, as consequências seriam positivas para ele, pela facilidade do acordo, e principalmente para o PT, já que o nome do prefeito fortaleceria a chapa ao Senado Fátima-Zenaide. Entretanto, nesse quadro, o União Brasil provavelmente não se incluiria. O partido de José Agripino não se alia com Fátima Bezerra. Paulinho Freire, uma das lideranças da sigla, tem acordo com Marinho e proximidade com os outros nomes do grupo.

Diante dos impasses, Zenaide e Allyson poderiam considerar se apresentarem como terceira via.

Precisariam, aí, encontrar apoios e nomes para as composições das chapas ao Governo e ao Senado de forma a tornar viável esse novo caminho. Allyson poderia migrar para o PSD, ou permanecer no União Brasil, já que o detentor de cargo majoritário não tem implicações de infidelidade partidária. Entretanto, neste caso, os dois precisariam começar o quanto antes a formar um palanque e trilhar a nova via.

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